sábado, 15 de novembro de 2008

ovelha cosmopolita

Não,
ele não era
um cão imbecil.

Altivo,
como um imperador.

Encardido,
como qualquer um que já viveu.

Patas e pêlos
molhados,
encharcados de espera.

Aquele cão,
meio mini-ovelha,
aguardava a decisão
sábia ou não,
do seu pastor moderno.

Sentados,
pastor e ovelha
apenas aguardavam.

VOCÊ

Veludo vermelho
no Simbolismo.

Meu Dorian Gray
viciante
e vicioso.

Você,
e minha vontade
de te lamber.

Entre nós,
um difícil
gramado

e o medo
do não ter...

o que dizer?

Beleza aguda
demais.

Perfume doce,
demolidor de boas intenções.

Cerveja e cigarro
numa só
boca.

Abraço sem fala
coração na boca.

O que digo?

Prensar-te-ei
na parede
e na cama
ricas
do teu quarto.

Puta-que-lá-merda,
o que eu faço?

Palavras chulas,
quando a gina for.

O meu reflexo,
o teu reflexo
no papel laminado imitador de espelho.


Na tua forma,
o meu amor!

terça-feira, 11 de novembro de 2008

VELHICE

VOVÔ E VÔVO
VÃO.

O "V"
É VISTO
NO ENVOLVIMENTO DAS MÃOS.

VIZINHOS DE VIDA.
VÍCIOS,
VIRTUDES,
COSTAS CURVADAS

VARAS DE BAMBU
PELO VENTO VITAL
VIRADAS


A VIDA
BOA
VOA.


GAIVOTA NOVA,
NO VENTO,
FICA LOGO VELHA

VÊ,
X,Y
ZÁS!

ATROZ,
O ALBATROZ DO TEMPO
PESCA-ME,

DIA-A-DIA,

COM SEU BICO
FINO E NEGRO.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

uns olhos

E a pequena criatura fitou-me com seus olhos essencialmente bons. Não desviou seus negros brilhantes dos meus olhos, e depois sorriu um sorriso quase sem dentes,rodeado por uns lábiozinhos sujos de chantilly e salada de frutas. Um olhar sincero e puro, porque muito lá de dentro.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

o simples de leminski

Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
e as estrelas lá no céu,
lembram letras no papel,
quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Como já dizia uma pixação, sábia, pelo que agora conheço deste ser, obrigada leminski.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Me dë grandeza e um pouco de coragem!

A cor do sangue; sempre boa pra descrever, pra ilustrar as nossas coisas internas... Boa pra ilustrar tudo aquilo que de fato é vermelho (de novo o Cazuza( na verdade o Luís Melodia: amor, a tua boca é vermelha!).

Caralho(o palavrao é muito próprio aqui, pois vem de uma alma hoje muito inquieta e raivosa), é tao difícil assim, olhar nos olhos e dizer a que o coracao veio? MÚSCULO SEMPRE SUBMETIDO A INTENSAS PULSACOES; MÚSCULO SUBMETIDO, E POR MAIS MACHUCADO QUE ESTEJA, SEMPRE SUBMET'ÍVEL!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Pontiaguda.

O artista.

O artista não gosta de quantias vultuosas,

De porções e mais porções de amigos numéricos,

vendidos em baciadas,
em todas as esquinas.

O artista da vida,
não é genérico.
É antes, cidadão homérico,
visto que cada dia é pra ele,
é pra mim,
batalha épica das entranhas.

Ouça o galope da vida:
É quase a chegada de um cavalo-de-Tróia por dia.

Na imensidão da vida, sou um artista-Ulisses;
Mas fico muito bem, pois me reconhece,
mais de um cão de olhos brilhantes.
Mais que um sabe das minhas cicatrizes.

Mais que um, mas menos do que muitos!

O artista da vida,
é o diferente,
é o que nunca se compreende inteiramente,
é o incomodado que não se retira da mesa,
já que afinal,
a mesa está posta.

O artista da vida,
que cria sempre um tudo,
daquilo que os outros julgam pó,
julgam nada,
é feito ostra machucada produzindo pérola.

É ser que é belo,
da machucadura que carrega,
incessantemente.

A machucadura que não fecha e faz viver!

Dedicado à Rubem Alves.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

É, finalmente, eis aqui o meu famigerado blog... Tão esperado e comentado(por mim mesma é claro!), tão anunciado...

É engraçado, quando chegamos ao objeto querido, não sabemos muito bem o que fazer, as mãos ficam molhadas, e eu lembro de quando eu era pequena criança e começava a pular de entusiasmo, quando algo realmente me fascinava. E a verdade é essa, e só essa meus caros: escrever é um dos meus raros fascínios de vida; é o acessar da minha porta mais funda. O coração dá saltos acrobáticos com a menor possibilidade de escrita, a menor possibilidade da arte que é viva, que é a minha vida. A possibilidade do meu absurdo interno poder manifestar-se de algum modo!



E já que é assim, começo com meu texto pensado ontem, dentro daquele condomínio que não é minha morada, mas que me acalma, neste império de asfalto, de codinome São Paulo.
Ia pensando, só pra variar, a respeito do fazer artístico, e, da massa cinzenta de dentro do crânio, saiu a metalinguagem que se segue.
Sem mais, já que odeio delongas, demoras ou qualquer tipo de enrolação, aí vai o sr. primeiro texto do blog:


O QUE É ARTE?

- é a última barreira do sujeito?

- é o absurdo que à segunda vista se revela fantástico e cheio de nova lógica?

- é a ação e a reflexão, a ação e a reflexão, a ação e a reflexão... atividade espirtual/mental à

EXAUSTÃO?

- é DOBRAR-SE sobre si mesmo
(arte-abdominal...)

- é a LUZ funda dentro do sujeito?

JÁ SEI:
- ARTE é tudo aquilo que faz o homem se sentir estranho dentro do seu corpo. Que provoca, que instiga, que pica os sentidos e/ou a massa cinzenta de todo dia. O PÃO NOSSO DE CADA DIA!
Sim, pois a alma é atingida sem razão e com muita razão. Aquele ARREPIO, sabe?
Mais sugestões (como diriam os simbolistas), enviem para o cérebro que habita a primeira cama, que se avista logo que a gente entra no segundo quarto...
(aquela cama bagunçada de SEMPRE e de NUNCA). Meu coração e meu cérebro agradecem estes envios. Quase ninguém envia algo de novo; só enviam algo, de novo, de novo!

AH!
arte é brincadeira!
TÔ BRINCANDO.

PS: para os que me conhecem, mostro o desenho e a flor do original, do manuscrito.
Que os outros me desculpem, mas a verdinha não dá para bancar um scaner (é assim que se escreve?). DESENHO EM HOMENAGEM À NUVEM-CARNEIRINHA DE
ÁLVARES DE AZEVEDO.